22 de janeiro de 2015

Carta a Marcus Gunn

Caro Marcus Gunn
Acuso, com tristeza, o recebimento da síndrome que me enviaste. Choro a cada refeição a lágrima solitária, mecânica e sem vontade. É inevitável, Marcus, afinal, mastigar é preciso, chorar, vez por outra, contudo que no choro morem sentimentos. Certa vez um garçom inquiriu-me a respeito da lágrima periférica escorrendo pela face destra. Espante-se, Marcus. Pensava ele que a comida não me apetecia. “Está ótima”, disse, fungando.
Conheces a obra de Nelson Rodrigues? Viste o filme onde uma colegial mata sete gatinhos? Certamente que não, pois és estrangeiro, sabe-se lá de onde. Santo Google nada informa sobre suas origens. Pois bem. Não há de conhecer o Bruxo Nelson, porém lhe informo, contrariado: não sou o demônio que chora por um olho só!
Cordialmente
Aquele que não perdeu a batalha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário